domingo, 22 de agosto de 2010

Um Pouco sobre essa dificil ideia de Amar ao Proximo

Jayme Fucs Bar


Ama teu próximo como a ti mesmo”– Vayicrá “Este é um princípio importante da Torá” – Rabi Akiva
“Uma alma entra neste mundo por setenta ou oitenta anos apenas para fazer um favor a outra” – Baal Shem Tov

A Torá nos diz “Ama teu próximo como a ti mesmo”. A Torá também nos diz: “Ama o Eterno teu D’us.” Isso estimulou a muitos sábios a perguntarem “Qual virtude é maior, amar a D’us ou amar ao próximo?”

Essa realmente uma pergunta super interessante nestes novos tempos , Os sábios judeus se divergem sobre esse tema , mais parte deles nos responderia que “As duas são uma e a mesma, pois D’us ama cada um de seus filhos”. Portanto, em última análise, amar ao próximo é uma demonstração maior de amor a D’us que simplesmente amar a D’us. Porque o verdadeiro amor significa que você ama o outro fruto da propia criação.

Portanto,para esses sabios no judaísmo existe os três amores – amor a D’us, amor à Torá e amor ao próximo – são um só. Não se pode diferenciar entre eles, pois são de uma única essência. E como são de uma só essência, cada um incorpora todos os três.

Isso nos faz pensar que a menos que todos os três amores estejam presentes, nenhum deles é completo. Mas isso significa também que onde existe qualquer um dos três, isso terminará por atrair todos os três.

Portanto, se uma pessoa que tem amor a D’us mas carece de amor ao próximo, você deve dizer-lhe que seu amor a D’us está incompleto. No judaísmo e inconcebível falar em amor a D¨us e ao mesmo tempo destruir,matar,humilhar,explorar o outro ser humano . No Judaísmo não existe nada mais que sagrado que a vida onde devemos nos esforçar para trazê-la ao amor ao próximo.

O amor pelo próximo não devera estar expresso no sentido de pescar o peixe para para os famintos e sim aprender a pescar para poder ensinar-los a pescar. Esse difícil ato de amar o próximo e de ser amado um ato pedagógico que nos liberta e nos humaniza.

Enquando essa esperada rendenção não chega , fica cada um de nos na tentativa de praticar esse dificil e complexo ato de amar o proximo ou Hachava Hinam (amor Gratificado) e não a tal , Sinat Hinam ( Ódio grátuito) que muitos sabios afirmam que foi o que levou ao povo judeu a destruição do primeiro e Segundo e ao Exilio.

Interessante refletir dentro dessa afirmação sobre esse processo de Sinat Hinam (Ódio gratuito,) que ,vem se fortalecendo no atual estado judeu, principalmente a partir da ocupação dos territorios em 1967 .e fragmentação da sociedade israelense numa luta interna entre a visão dos reis ou dos profetas.

O Rabbi Akiva dizia: “Amar ao próximo como a ti mesmo esta é a maior regra na Torá onde se você realizar essa Mitzva Amar ao Próximo é como se estivesse realizando todas as 613 Mitzvot, Essa frase do rabbi Akiva sempre me acompanhou quando era um jovem rapaz do movimento juvenil laico kibutziano Hashomer Hatzair, sempre quando alquem me cobrava que eu não era suficiente judeu pois não cumpria as mitzvot, a resposta sempre foi uma justificativa para afirmar o que era a pratica do movimento kibutziano ao dizer "Procuramos cumprir essa a mais dificil de todas mitzvot amar o proximo”.

Como essa única Mitzva “Amar ao próximo” poderá ser tão valioso e grandiosa como as outras 612?

Notável Não!

E ainda que nós nos esforcemos para encontrar um modo de entender a profundidade da mensagem que nos transmite o Rabi Akiva em suas palavras, vem-nos um segundo dito, ainda mais notável, sobre um judeu que se apresentou ao sabio Hilel e pediu-lhe: ‘Ensina-me toda a Torá enquanto eu fico num pé só’. E ele respondeu: ‘Ama ao próximo como a ti mesmo’ e o resto significa: vá estudar’., Porque ele nos diz ‘o resto significa: vá estudar’. Isso quer dizer que todo o resto da Torá são interpretações desse único preceito, que para entender a complexidade desse conceito devemos estudar.

Nesta procura que vem sendo para mim o judaismo humanista nestes ultimos anos ,aprendi numa das leituras com o mestre Paulo Blank algo como: “que judaísmo é uma religião para adultos”,Isso me fez pensar que devemos estar num constante processo aprendizagem para que possamos ter a maturidade de saber olhar para o outro o proximo e saber que alem de mim o outro existe e faz presente .

Essa eternal reflexão entre os judeus sobre a Tora, De"us e Amor ao Proximo pode ser entendida em mutiplos niveis ,num dialogo costante entre Deus e o Homem e entre o homem e homem e entre o homem e a si mesmo .Um famoso Professor a Rav Pinchas H. Peli da Universidade de Ben Gurion diz sempre aos seus alunos "Que cada um de nos deveriamos trasladar os dez mandamentos em preceitos personalizados ou seja não roubar de si mesmo, não matar a si mesmo e não cobiçar de si mesmo e sobre tudo amar a si mesmo como forma de aprender a amar o proximo.

Segundo os sabios a Tora tem 70 faces se soubermos procurar encontraremos a face que buscamos. Talvez nesta face encontraremos a chave para esse grande desafio humano de amar a si mesmo para saber amar o proximo.

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